sábado, 8 de setembro de 2012

Menina cristã acusada de blasfêmia é libertada no Paquistão



Um juiz no Paquistão autorizou que a jovem cristã Rimsha Masih fosse liberada sob fiança nesta sexta-feira (7). Rimsha foi acusada de blasfêmia por queimar textos sagrados do Corão, segundo informações da imprensa local. A menina tem entre 11 e 16 anos, é analfabeta e sofre de problemas mentais. O caso mostrou o nível de perseguição e violação dos direitos humanos no país islâmico.

A jovem foi detida há três semanas depois de acusada por vizinhos do bairro onde mora em uma periferia de Islamabad. Segundo relatos de um vizinho, a menina queimou páginas do Qaida Nurani, um livro de instruções para aprender a ler o Corão destinado a crianças

Para o advogado de Rimsha, tanto ela quanto sua família continuam sob séria ameaça de serem atacadas por fundamentalistas radicais após a libertação. De acordo com a Veja, no Paquistão é comum que acusados de blasfêmia sejam agredidos e até assassinados por radicais, assim como seus familiares.
A fiança foi estipulada em 500.000 rúpias (cerca de 11.000 reais). O presidente da Liga Ecumênica do Paquistão, Sajid Ishaq, disse que a família não tem condições de pagar a quantia. Mas com a repercussão mundial do caso, ele diz que várias organizações já se mostraram dispostas a colaborar.

Caso a saída da menina seja declarada de forma oficial, a prioridade será sua segurança.

Mas ele acredita que isso não será um problema, pois “há várias organizações que já se mostraram dispostas a colaborar”. Ele ainda afirmou que, assim que for declarada de forma oficial a saída da menina da prisão, a prioridade será sua segurança.

O caso sofreu uma reviravolta no final de semana passado quando o imã (líder religioso) de uma mesquita foi preso por plantar provas contra a menor. Ele próprio teria colocado folhas arrancadas do livro na bolsa que continha as cinzas de papéis queimados pela menina.

O caso chamou a atenção de organizações de direitos humanos e de diversos governos ocidentais.
No Paquistão, as acusações de blasfêmia, são manipuladas por líderes religiosos como forma de amedrontar minorias, especialmente os cristãos. O país tem 180 milhões de habitantes; destes, somente 5 milhões são cristãos.

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